quarta-feira, 23 de maio de 2012

A genialidade de Seth MacFarlane

Muita gente já deve ter ouvido falar ou assistido Family Guy, American Dad e The Cleveland Show. E talvez as pessoas que curtem o desenho nem conhecem quem está por trás disso tudo. O nome dele é Seth MacFarlane, e seu humor ácido e sem escrúpulo nenhum deixa muita gente incomodada com suas produções. Esta que domina este blog A-D-O-R-A qualquer coisa que saia da mente brilhante de Seth.


Seth tem 38 "aninhos" e seu currículo se resume em ator, dublador, animador, roteirista, comediante, produtor, diretor e... cantor(?). Ele é daquele tipo de sujeito que tem uma ideia e quer fazer ele mesmo, sem depender de ninguém. Por isso criou e produz/dirige/desenha/escreve/dubla as três séries que citei no início deste texto.

A produção de Seth (Family Guy) já foi muito comparada com The Simpsons, por se tratar de uma família americana com três filhos, cujo pai é um gordo sem noção e a esposa é uma gostosona que ninguém sabe o porquê de ser casada com aquela criatura. Mas o que mais ligam as duas séries de animação é o humor, que não se importa com o que qualquer um vai dizer de seu roteiro; ele só quer fazer graça e criticar bastante os Estados Unidos, além de outros países que merecem uma boa crítica.

Preconceito não existe nas obras de Seth. Na verdade, existem sim, e muito! Mas quem curte a série não vê isso, porque humor negro é assim mesmo: vai falar de negros, de asiáticos, de homossexuais, de europeus, de estupro, de assassinato, de aborto, de política, religão, deficiência física e mental, enfim, de absolutamente tudo o que existe no mundo mas que nem todos têm coragem de dizer (com a exceção de alguns stand-up comedians).

E é "só" por isso que tanta gente detesta o Seth e seus "desenhos". Muita gente os considera idiotas e sem sentido nenhum. Convenhamos, alguma coisa faz sentido atualmente no show business? O que diferencia Seth de muitos produtores na indústria é que ele sabe que existem pessoas que gostam deste tipo de humor sujo e imbecil e, por isso, continua trabalhando nisso. E a gente agradece!

Quando eu disse que alguns consideram as produções "idiotas", não quis dizer de um modo ruim. É LÓGICO que é idiota! Se não fosse, não seria tão genial! É tudo muito idiota e sem noção; e é por isso que a gente gosta tanto.


Family Guy


Traduzido no Brasil para Uma Família da Pesada, a produção surgiu em janeiro de 1999, e conta a história de Peter Griffin, um idiota gordo e nojento, sem nenhum escrúpulos ou maneiras decentes de se comportar em sociedade, e sua família. A esposa de Peter, Lois, é uma dona de casa que, apesar de ser um pouco sem noção como o marido (como não poderia ser?), também tem seu lado "normal", cuidando de seus filhos e querendo o que há de melhor para sua comunidade.

O casal tem dois filhos adolescentes, Meg e Chris. Meg é sem graça e tímida, não tem nenhum amigo e se acha gorda e feia, além de usar óculos. Os pais, é claro, não ajudam nem um pouco na autoestima da jovem, deixando claro que, em uma situação de perigo, se alguém precisar ser sacrificada, esse alguém será Meg (e eles até já fizeram isso algumas vezes). Chris é a cópia do pai. Gordo e nojento, o moleque é burro como uma porta e nunca entende nenhuma piada por ser uma anta.

Mas quem realmente se sobressai na série é o bebê psicopata, Stewie. O menino fala com uma voz de adulto britânico, mas ninguém o entende; então é como se estivéssemos ouvindo seus pensamentos maléficos enquanto o restante da família só ouve o eterno resmungar de um bebê. Mas um membro da família o entende: Brian, o cachorro.

É incrível a família entender o que o cachorro fala mas não entender o bebê! Mas é assim mesmo. Brian é tratado como humano e vive como se fosse um. Ele namora mulheres humanas, dorme com elas, frequenta a universidade e ninguém acha aquilo estranho. Esta é uma característica de Seth. Em todas as suas produções encontramos um animal falante.

Family Guy conta com a participação de muitos outros personagens, como o vizinho idoso pedófilo que quer o corpo nu de Chris, o outro vizinho tarado que vive pegando a mulherada, chamado Quagmire, Joe, outro vizinho, que é policial e paraplégico, combatendo o crime em sua cadeira de rodas e que tem uma esposa grávida.

É tudo muito estranho, mas é assim mesmo que a coisa funciona.


American Dad


Criada em 2005, a série mostra a vida de Stan Smith, um agente da CIA extremamente patriota. A América é tudo para ele. Stan é intolerante com tudo e todos que vêm de outros lugares do mundo e não pensa duas vezes antes de humilhar alguém ou mostrar como é superior por ser americano. Uma crítica perfeita ao patriotismo ridículo que muitos americanos carregam como um troféu, a série também mostra uma família americana e seus filhos problemáticos.

Stan é casado com Francine, uma loira burra feito uma porta que é dona de casa. Os dois têm dois filhos: Steve, um pré-adolescente nerd que vive querendo pegar as meninas da escola, mas que está sempre lendo Harry Potter e jogando RPG com seus amigos esquisitos, e Haley, uma estudante universitária que descobriu como é a vida fora da mente do pai e virou hippie, namorando tudo quanto é figura estranha, para o desgosto de Stan.

Stan também é um bruto com a esposa, com os filhos e com o resto do mundo, como Peter Griffin. O estilo de Seth não difere muito entre uma produção e outra, e a gente curte isso, pois pode ver que cada série possui a mesma intenção, só que abordada de maneira diferente.

Os personagens secundários de American Dad são tão bons quanto os de Family Guy. Greg e Terry, o casal homossexual que mora do outro lado da rua, e que alugou o útero de Francine para terem um bebê, são apenas o começo. Temos também os colegas de trabalho de Stan, tão brutos, patriotas e imbecis quanto o próprio. A família de Francine é excelente, já que ela foi adotada por um casal asiático que odeia o modelo capitalista. E os amigos de Steve, cada um mais esquisito e nerd que o outro.

Como nada é muito normal nas produções de Seth, os Smiths têm um extraterrestre vivendo no sótão. Roger é um sujeito folgado e espaçoso, que está sempre se disfarçando de diferentes personalidades para sair à rua sem ser reconhecido, usando o cartão de crédito de Stan e abusando de sua hospitalidade e paciência.

Eles também têm um peixe dourado, o Klaus, que na verdade é um atleta russo que em um experimento da CIA teve seu corpo trocado com o de um peixe e Stan não teve coragem de matá-lo e o levou para casa.


The Cleveland Show


Depois de não suportar mais viver na mesma rua de Peter Griffin e sua família destrambelhada, em 2009, Cleveland Brown aproveitou que sua esposa lhe havia traído com Quagmire e havia lhe deixado com seu filho e vazado no mundo, e mudou-se de cidade. Ele pretendia ir para uma cidade grande e glamurosa, mas, ao passar por sua cidade natal, acabou gostando e ficando por lá mesmo.

Lá, ele reencontrou velhos amigos, e fez novas amizades. Cleveland reencontrou também seu amor do colégio, que havia divorciado do babaca com quem ela namorava quando eles eram mais novos e estava solteira. Depois de ver como Cleveland colocou moral em seus dois filhos, Donna o chamou para morar com ela. E pronto! Cleveland tem uma família completa, e um programa só dele.

Donna tem dois filhos: Rallo, um moleque de quatro anos que fala com voz de adulto (outra característica de Seth, como podemos ver com Stewie Griffin), e Roberta, uma adolescente piriguete que só namora homens brancos.

Cleveland deixou para trás Quagmire, Joe e Peter, mas em sua nova/velha cidade ele encontrou novos amigos, como Holt (o pegador que ainda mora com a mãe), Angus (um sulista que é casado com uma mulher que tem obesidade mórbida e só se locomove com um carrinho automático) e Tim, o urso. Sim, um urso! Tim é casado com uma ursa e eles têm um filho urso.

O filho de Cleveland, Cleveland Junior, é um jovem tímido e sem amigos. O pai achou que em uma cidade pequena ele se daria melhor, mas a coisa não melhorou muito. O menino às vezes se junta a Ernie, filho de Angus, mas nem é sempre que ele consegue acompanhar o ritmo do garoto.

Seth é a voz da maioria de seus personagens. Em Family Guy, por exemplo, ele é Peter, Stewie e Brian, os três personagens que mais têm participação nos episódios, além de outros personagens que não são tão constantes.

Mas ele também conta com a voz de outros atores, como Mila Kunis (na voz de Meg Griffin), Seth Green (na voz de Chris Griffin), Alex Borstein (na voz de Lois Griffin), Jason Sudeikis (na voz de Holt), Scott Grimes (na voz de Steve Smith), Patrick Warburton (na voz de Joe Swanson) e muitos, MUITOS outros que fazem participação em um episódio ou outro, como Lizzy Caplan, Jane Linch, Will Sasso, Mo Collins, Debra Wilson, Hugh Laurie, Alyssa Milano, Haley Joel Osment, Will Ferrell, Jimmy Kimmel, Gene Simmons, Andy Dick, Judy Greer, Drew Barrymore, Cloris Leachman, Nancy Cartwright (que faz a voz de Bart Simpson), Jessica Biel, Carrie Fisher, Paulo Abdul, Robert Downey Jr., Gary Cole, Frank Sinatra Jr.,  Tom Brady, Jay Leno, Betty White, Carrot Top, Tori Spelling, Jason Priestley, Jennie Garth, Kiefer Sutherland... PAREI! Tem muito mais gente importante nessa lista, mas já tá bom pra ter uma ideia geral.

Seth também gosta de misturar os personagens de suas animações. Várias vezes já vimos alguém de American Dad dar as caras em Family Guy e vice-versa; além de muitos personagens de Family Guy visitar Cleveland em sua nova morada.

MacFarlane tem outros projeto sim, mas estes três que citei são os que o consagraram e por isso resolvi escrever sobre o sujeito. Vale muito a pena conferir a produção de Seth, a menos que você seja daquelas pessoas chatas que vão achar tudo politicamente incorreto e fazer cara feia a cada palavrão, ato de violência, preconceito ou falta de educação.

Os roteiros de Seth são fantástico, mas não é para qualquer um entender e curtir. Como já dito aqui, não dá pra ser enjoado sobre o que é certo e o que é errado. Também tem que entender o idioma original das produções e conhecer a cultura americana para compreender o motivo e a maneira como determinada piada se desenvolve.

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Estreia em agosto o filme Ted, que Seth dirigiu, produziu e escreveu (pra variar), além de fazer a voz do próprio Ted, um bichinho de pelúcia folgado que atrasa a vida de John, seu "dono". O filme conta com Mila Kunis, Mark Wahlberg (no papel de John) e Joel McHale, além do própirio Seth.


A história me parece um pouco forçada. Mas se leva o nome do Seth, não vou deixar de dar uma conferida.

4 comentários:

  1. Ótimo Post Marii..

    Sempre tive Vontade de Assistir Family Guy
    E The Cleveland Show
    Via Alguns Epis aleatórios na Sky..

    Mas agora me deu uma Vontade de começar a Assistir..
    Necessito de um Desenho..
    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Parabens ;DD

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    1. A intenção era viciar outros coitados nas mesmas dorgas que eu. Yes! Deu certo!

      Assiste sim. Garanto que vai curtir.

      E brigáááááááda! =)

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  2. Excelente texto do genial Seth MacFarlane. Assisti ele uma vez em um programa com Charlie Sheen e ele é um cara muito engraçado. Os seus seriados mostram isso. Grande abraço!

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  3. Fazia tempo que eu não vinha aqui, o blog tá meio adormecido, meio walking dead, mas continua sendo vanguarda... Por exemplo, apesar de antigo, está post acaba sendo super atual em vista do enorme sucesso do filme... Parabéns pelo texto, Mari. Adoro o material que vejo por aqui...

    Bjs,

    @ricardogranja10

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